sábado, junho 18, 2005

Como pode ser possível?

Quando olhas à volta vês casa, gente, estradas... nada mais. Como pode ser possível? Há uma imensa vibração nisso tudo, há uma imensa vibração em tudo! Uma crepitação que nos parece ouvir melhor quando o sol está no horizonte. Há uma dupla dimensão em tudo, porque me desdobro sempre sobre mim...

Sou o participante e o observador. Sou o juiz e o julgado. Expando-me através das coisas, muito para além da minha concha, e percebo que tudo isto que eu conheço está em mim. É em mim que tudo acontece. Quando dois desconhecidos discutem na rua, é sobre mim que se lança esse momento. Se pensar em mim sem considerar o mundo inteiro, deixo de fora quase tudo o que interessa de facto em mim. E quando contemplo tudo e o considero como parte de mim, como uma envolvência interior, é em mim que tudo encontra o seu sentido e se completa.

As coisas completam-se umas nas outras através de mim e, para mim, obtêm um sentido claro. As coisas obtêm uma imanência, um significado urgente que me diz qualquer coisa, constantemente, que se aplica a tudo.

As coisas têm sentidos que englobam toda a existência. Não vês?

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