
Quando era miúdo achava que se ficasse tempo suficiente dentro de água o meu corpo se desfazeria e eu ficaria feito em gotas de água... Sempre me achei água.
Porém, quando a terra fica molhada de chuvas mansas, quando tudo se faz húmus, quando passa nas minhas mãos o toque rude da terra fresca e húmida, e o cheiro intenso e familiar cobre tudo, sinto-me vegetal... Nessa altura, sinto-me árvore e só quero meter as minhas raízes pela terra adentro, à procura de mais água. Ficar quieto, deixar-me estar na terra a sentir a chuva que cai...
Quando alguém morria no caminho as pessoas levavam-no para os cemitérios, por piedade... Quem me dera a mim morrer ao ar livre, a sentir a terra sob o meu corpo e a chuva a cair sobre mim! Quem me dera aí ficar e aí ser coberto de terra, terra sobre o meu corpo nu, terra na minha boca... terra!
Daí me ergueria feito árvore, uma árvore grande para que pudesse sentir tudo, um grande carvalho ou uma faia, um castanheiro de aroma resinoso, um pinheiro...
Gostei de tudo, do texto da fotografia. Também tenho essa fome de natureza.
ResponderEliminaros coveiros também teem fome de terra
ResponderEliminar(mas que insensível... credo... os coveiros...)
os cadáveres têm fome de terra. os coveiros têm fome de férias. LOL
ResponderEliminaros coveiros têm fome de buracos.
ResponderEliminaros coveiros comem caveiras
ResponderEliminarninguém come caveiras.
ResponderEliminaros germes comem caveiras.
o coveiro come mulheres.
os arqueólogos comem caveiras.
ResponderEliminarLOL
ResponderEliminaros museus comem caveiras.