segunda-feira, janeiro 23, 2006

Novo Enigma do Amor Implícito

 !
Onde dormem os teu cabelos quando estás só?
à tristeza da tua ausência passeia-se sobre mim como quem ri,
Dóis-me e és em mim um lugar inteiro, toda uma parte vazia
Incendiada, queimada, devastada, cheia às vezes de doçura...

Sei-te no espaço, sinto a tua vibração intensa
No cosmos, através do ar, chegando-me em vagas
Entrando por mim adentro como rebentação
Marcando-me como areia molhada, incessantemente.

Inerte, o meu corpo caído na praia espera
Algum destroço que venha dar à costa
Um escolho que me traga um bocado de ti
Saído das profundezas do mar imenso.

Atravessaste a fronteira invisível
Não voltas mais, meu amor, nunca mais...
As cores do arco-íris fazem brilhar as ondas
Vagas rebentam sem cessar sobre a praia.

Lânguido o meu corpo, as ondas que me puxam
Os sons do mar a chamar por mim
Vem, meu filho inocente, vem perder-te
Não vale a pena lutar contra as forças da criação.

E todos os teus momentos que guardo em mim
Saem de uma só vez para o mundo exterior
Onde te vejo, maravilha fantasmagórica,
Nascida das brumas, formada por sombras!

Rimo-nos na nossa loucura, abraçamo-nos,
Amor, damos o beijo que nunca mais daríamos
Mergulhamos um no outro e perdemo-nos do tempo...
O mar parece crescer sobre nós e começa a rugir.

Então a maré começa a subir à nossa volta
Uma gaivota levanta voo em direcção à luz
Que brilha palidamente prateada, misteriosa,
É noite em nós, e a maré a subir à nossa volta.

Trocamos beijos, a água cobre-nos quase completamente
Amamos, um no outro, o fim do mundo

10 comentários:

  1. Este é um enigma mais fácil! Basta prestar atenção àquilo que parece deslocado...

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  2. Curiosamente quando comecei a ler o poema achei que se tratava dum amor paternal. será?

    Um dia ouvi um louco de rua "(...) tive a grandeza nos meus braços, sim tive. Ela partiu para o fim do mundo, está lá. Tive-a nos meus braços e deixei-a ir(...)" com o continuar das palavras que ia dizendo apercebi-me de que tinha perdido um filho.
    Era um louco de rua mas, nunca gostei tanto de ouvir falar alguém

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  3. !
    O nde dormem os teu cabelos quando estás só?
    Ã tristeza da tua ausência passeia-se sobre mim como quem ri,
    D óis-me e és em mim um lugar inteiro, toda uma parte vazia
    I ncendiada, queimada, devastada, cheia às vezes de doçura...

    S ei-te no espaço, sinto a tua vibração intensa
    N o cosmos, através do ar, chegando-me em vagas
    E ntrando por mim adentro como rebentação
    M arcando-me como areia molhada, incessantemente.

    I nerte, o meu corpo caído na praia espera
    A lgum destroço que venha dar à costa
    U m escolho que me traga um bocado de ti
    S aído das profundezas do mar imenso.

    A travessaste a fronteira invisível
    N ão voltas mais, meu amor, nunca mais...
    A s cores do arco-íris fazem brilhar as ondas
    V agas rebentam sem cessar sobre a praia.

    L ânguido o meu corpo, as ondas que me puxam
    O s sons do mar a chamar por mim
    V em, meu filho inocente, vem perder-te
    N ão vale a pena lutar contra as forças da criação.

    E todos os teus momentos que guardo em mim
    S aem de uma só vez para o mundo exterior
    O nde te vejo, maravilha fantasmagórica,
    N ascida das brumas, formada por sombras!

    R imo-nos na nossa loucura, abraçamo-nos,
    A mor, damos o beijo que nunca mais daríamos
    M ergulhamos um no outro e perdemo-nos do tempo...
    O mar parece crescer sobre nós e começa a rugir.

    E ntão a maré começa a subir à nossa volta
    U ma gaivota levanta voo em direcção à luz
    Q ue brilha palidamente prateada, misteriosa,
    É noite em nós, e a maré a subir à nossa volta.

    T rocamos beijos, a água cobre-nos quase completamente
    A mamos, um no outro, o fim do mundo
    ...
    Até que o mar nos envolva na sua imensidão!

    (estava escondido nas iniciais dos versos...)

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  4. O verbo é sempre o inicio, daí o verbo divino

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  5. O mar... o mar...
    Mas tenho de protestar, deste a solução antes das pistas.

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  6. Prometo que para o próximo enigma não darei a solução, só pistas...

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  7. Gosto de enigmas. Era a esclamação que estava fora do lugar. E o Ã... humm...

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