quarta-feira, outubro 03, 2007

breathing like a drowning man


quando no azul mergulhei nem me apercebi de que tudo tinha ficado para trás...

no azul perguntaste-me o nome e não soube falar nem o que era um nome
e já não havia no azul quem se apercebesse destas coisas todas

abri os olhos e não soube dizer onde estavas no azul
porque já tudo era azul

criaturas assombrosas deslizavam, azuis, com olhos brilhantes e feitos de névoa

um lento arrepio subia-me pela espinha acima
um frio confortável ia-me envolvendo, abraço de azul profundo

deixei-me levar como se dançasse

azul


No fundo do mar não há barulho.

Só o som distante da canção das baleias se consegue distinguir do silêncio.

Nadar é flutuar é voar.

A água é um líquido mais leve do que o ar.

Espero que se formem as guelras. Já não deve demorar muito tempo.

Aqui não se ouvem os gritos, não há confusão.

Aqui tudo é sempre azul. Como eu.