sexta-feira, janeiro 16, 2009

Pesadelo


Que arrepio foi aquele
Pela noite adentro?
A tua voz arrastava-me para baixo
E não conseguia resistir
A descer até ao último nível...

Aí, a imundície das tuas práticas,
Lilith, súcubo, fluido demoníaco
Encheu-me de pavor
E os teus beijos fétidos e deliciosos
Cobriram-me a boca de escuridão.




Que arrepio foi aquele de madrugada?
Não me conseguia mexer
E uma criatura grotesca
Visitou-me na ignomínia

Íncubo, sátiro, fogo ardente
Profundezas do inominável
Fazendo-me sorrir no horror...
Não contes a ninguém
Aquilo que me fizeste.

1 comentário:

Anónimo disse...

Descobri o teu blog sem querer, foi por causa de uma imagem. Mas acabei por entrar nele atraves de um texto de 2006 chamado "O silencio da escuridao".

Eh um texto muito interessante, e, por vezes, semelhante ao texto para o qual procurava a tal imagem. Partilho aqui esse meu texto.

Escreves muito bem. Parabens!

Abraco.

"Enches o teu dia com as coisas que te afastam de ti, mas que imaginas levarem-te ao que procuras. Empilhas na tua vida carros e casas, roupas e objectos, carreira e família; ergues no teu peito amor e amizade e sonhos e projectos.

Em busca do mundo perdes-te do teu próprio coração. Mas não é o mundo que queres. É pelo teu ser verdadeiro que anseias quando te procuras no mundo.

Enches o teu dia de coisas que apenas passam, mas à noite, quando fechas os olhos, na escuridão que agora vês, apenas duas coisas estão presentes: tu e tu próprio.

Podes fugir para onde quiseres enquanto o sol brilha alto, mas, quando a penumbra cai sobre as tuas pálpebras, és sempre presa de ti mesmo. Nao há fuga possível quando é contigo que te encontras.

Quando fechas os olhos e tudo aquilo que construíste durante o dia desaparece, quem és tu? Neste preciso momento, diz-me o que vês."