Reparara logo nele. Ele vinha a andar com um livro aberto à frente da cara. Parecia tão absorto no que lia que nem via para onde ia. Finalmente sentou-se numa cadeira da esplanada e continuou a ler. O cabelo caía-lhe para a cara o que o levava a mexer-lhe distraidamente, enrolando-o por vezes. Quando fazia isto, demorava-se muito tempo com os dedos enredados no cabelo, e só parava mesmo para virar a página.
O dia estava triste e enevoado, ameaçava chover mas não de imediato. A relva ficara, por isso, matizada de melancolia. Até o laguinho fluía pesaroso e sombrio.
Quando pousou o livro e levantou a cabeça, olhou-a directamente nos olhos. Ela, de tão envolvida que estava a observá-lo, nem se lembrou de desviar o olhar. Fazia faísca, aquele olhar, aquecia por dentro, sem hesitações nem falsidade, cheio de calor e sensualidade. Esboçaram um gesto em simultâneo, como se se fossem levantar, como se se tivessem reconhecido... Ah, estás aí.. Até que enfim! Procurei-te tanto e agora apareces aqui?... Mas contiveram o gesto.
Mantinham-se sentados embora o corpo manifestasse continuamente a necessidade de se levantar, de se encontrar com aquele outro ser, ali, à frente. As considerações racionais logo acalmaram os ânimos. Ele continuou a ler, embora inquieto e com dificuldade visível em voltar a entrar no livro. Ela acabou o sumo fresco que estava a beber e levantou-se. Ia ao museu.
Quando passou pela mesa dele olhou-o de novo e disse: -Vem.
Ele guardou o livro e seguiu-a em silêncio. Ao chegarem ao balcão ele aproximou-se e disse à funcionária: -Somos dois. - e foi a maneira como o disse que o fez soar tão próximo, tão familiar...
Entraram no museu e dirigiram-se os dois para a exposição de pintura. Passearam pelos corredores vendo os quadros, em silêncio; sentindo a presença quente um do outro; vendo a chuva a cair através das grandes janelas de vidro... Quando chegaram ao fim, saíram para a esplanada vazia de mesas e cadeiras molhadas onde a chuva ainda caía com força. Com uma corrida refugiaram-se numa reentrância do edifício.
Foi aí que voltaram a olhar para os olhos um do outro, todos molhados da chuva que os envolvia. Então, com a magia que por vezes atravessa o silêncio, abraçaram-se com uma ternura tão imensa que ela deixou cair uma lágrima enquanto murmurava: -Esperei tanto...
O dia estava triste e enevoado, ameaçava chover mas não de imediato. A relva ficara, por isso, matizada de melancolia. Até o laguinho fluía pesaroso e sombrio.
Quando pousou o livro e levantou a cabeça, olhou-a directamente nos olhos. Ela, de tão envolvida que estava a observá-lo, nem se lembrou de desviar o olhar. Fazia faísca, aquele olhar, aquecia por dentro, sem hesitações nem falsidade, cheio de calor e sensualidade. Esboçaram um gesto em simultâneo, como se se fossem levantar, como se se tivessem reconhecido... Ah, estás aí.. Até que enfim! Procurei-te tanto e agora apareces aqui?... Mas contiveram o gesto.
Mantinham-se sentados embora o corpo manifestasse continuamente a necessidade de se levantar, de se encontrar com aquele outro ser, ali, à frente. As considerações racionais logo acalmaram os ânimos. Ele continuou a ler, embora inquieto e com dificuldade visível em voltar a entrar no livro. Ela acabou o sumo fresco que estava a beber e levantou-se. Ia ao museu.
Quando passou pela mesa dele olhou-o de novo e disse: -Vem.
Ele guardou o livro e seguiu-a em silêncio. Ao chegarem ao balcão ele aproximou-se e disse à funcionária: -Somos dois. - e foi a maneira como o disse que o fez soar tão próximo, tão familiar...
Entraram no museu e dirigiram-se os dois para a exposição de pintura. Passearam pelos corredores vendo os quadros, em silêncio; sentindo a presença quente um do outro; vendo a chuva a cair através das grandes janelas de vidro... Quando chegaram ao fim, saíram para a esplanada vazia de mesas e cadeiras molhadas onde a chuva ainda caía com força. Com uma corrida refugiaram-se numa reentrância do edifício.
Foi aí que voltaram a olhar para os olhos um do outro, todos molhados da chuva que os envolvia. Então, com a magia que por vezes atravessa o silêncio, abraçaram-se com uma ternura tão imensa que ela deixou cair uma lágrima enquanto murmurava: -Esperei tanto...
17 comentários:
read what?!
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bonito:)
é tão mais fácil agir impulsivamente pela ira do que por aquilo que vale a pena...
hey, mr hotel narai thailand! i can not trust liers and you lied you when said you read it!!!
errata:
hey, mr hotel narai thailand! i can not trust liers and you lied when said you read it!!!
Eu diria que é assim uma vez se tivermos sorte!
gosto da noite e do riso de cinzas. gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados.
purykura, é como nós contos de fadas, os sonhos sem duvidas germinam de verdade como arvores esplendidas e frondosas. Fé! ;)
Fé inabalável :)
errata:
nós=nos
então pá?!!
Fé? Palavra curiosa...
Imaginar é bom, acreditar é bom, viver é melhor...
Então o quê?
Fé. Acreditar em algo mais para além do que se vê e no que se toca.
Sempre mais. Não deixa de ser curioso como uma palavra frequentemente associada ao divino tem um objectivo materialista: acredito mais para obter mais.
Nada de errado aqui.
Fé inabalável na vida. Eu tenho uma fé inabalável na vida :):):):)
A vida não é materialista, a vida é uma viagem espiritual ;):)
A vida está repleta de espiritualidade :):):):):)
Quem é que foi o homem que tocou Jesus e ficou curado? O cego ou o leproso?
E Jesus disse-lhe qualquer coisa do género: " A Fé curou-te" ou "salvou-te".
O que interessa aqui é a questão da Fé ;):)
:)eu queria que o mundo fosse mais doce, portanto:
-Bom Dia, cubinhos de chocolate! :):)
tão bonito anoeee.
Não é preciso ter sorte, é preciso arriscar e também estar receptivo ao risco de alguém chegar ao pé de ti e dizer
-Vem
e irmos mesmo!
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