terça-feira, outubro 04, 2005

Lar

Subir por aquela encosta sentindo, à distância, o cheiro a pão quente. Entrar na cozinha quente e ver-te, com a cara vermelha do calor, a tirar o pão do forno de lenha.

Tens um lenço na cabeça que deixa cair uns fios de cabelo negro sobre os olhos. Tens as mãos cheias de farinha e há um cheiro a alecrim no ar, da vassoura com que varreste as brasas do forno. Os olhos brilham-te. Estás suada, mas feliz.

No ar, o cheiro a pão misturado com o alecrim deixa, ainda, perceber um outro aroma, algo mais fino, mais macio... Algo que se imiscui no odor que a madeira libertou ao arder. Um perfume que se sobrepõe à profusão de cheiros, embora seja mais ténue que todos eles.

É um cheiro a serões confortáveis sentados à lareira, um cheiro de noites no alpendre com a tua cabeça a descansar no meu peito, um cheiro de proximidade... É o cheiro que povoa as nossas manhãs de intimidade... És tu.

7 comentários:

Anónimo disse...

que bonito :)
escreve um livro!;)

rafael disse...

sem duvida, escreve um livro

Lu disse...

Escreve...

Anónimo disse...

Leram o poema no texto "Enigma do Amor Implícito" de Anoeee? Leiam, é mais um momento em que acredito: Anoeee escreve um livro :)

anoeee disse...

:) Que belo incentivo!

Lu disse...

Mas não é para ficar na gaveta.

Anónimo disse...

bem visto purikura, na gaveta não porque eu quero lê-lo :)