quinta-feira, julho 31, 2014

A Morte (sobre “Amor…” de Luís de Camões)



A Morte é água que afoga sem se ver
É um estado que dói mas não se sente
É um aviltamento consciente
É uma coisa que acontece sem querer.

É um nunca fazer mais que não fazer
É nefário apagar-se, assim, da mente
É jamais recordar ou ter presente
É deixar de ainda ter tempo para escolher.

É um querer que perde a validade
É acabar-se o ser, já não ter sorte
É nem sequer de amor ter mais vontade.

Mas como pode ser horror tão forte
Para os que nela pensam com a idade
Se tão vazia é a mesma morte?

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