quinta-feira, julho 31, 2014

Lilith, I-1



       sim,  voltei ao mundo de
mulheres que se transformam em flores,
a  baba a escorrer pelo queixo, como
se se sublimassem
      reencontro as linguagens inexistentes
dos países imaginários e deliro no meu
desejo emprestado de querer viver neles
      alimento-me da sua loucura que
a minha,  infinitamente mais torpe, é
estéril.  e sou parasita,  colo-me nas
suas costas para viver na sua loucura,
que a minha,  a mim,  não basta.
         sou adão a nadar ao fundo dos oceanos
em busca da sua lilith, arrependido
         e danço nas noites tempestuosas da
sua ausência,   a dança estática da
nostalgia
       e Lilith,  recém-desperta,  é o terrível
monstro inocente, erguendo-se entorpecido,
a despertar de um sono forçado
     espuma lindíssima,  sedenta de vingança

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