quinta-feira, junho 09, 2005

o comedor de palavras

o comedor de palavras tinha muita fome
comia indiscriminadamente verbos, nomes e mesmo adjectivos
e estava muito barrigudo

quando o vieram buscar
já ele estava morto

a sua pele adquirira um tom transparente
e em toda a sua extensão podia-se ler
as palavras que tinha devorado

pegaram nele e puseram-no numa praça pública
para dar testemunho da verdade

nós permanecemos nas palavras

3 comentários:

Lu disse...

Tens mesmo de ler a biblioteca. A que é que sabem as palavras? sabem ao seu significado ou a caril? Hoje só podem saber a gelatina gelada...

anoeee disse...

Acho que sabem a gelado de chá verde... com bocadinhos de folhas de chá, claro!

rafael disse...

excelente poema. só tem um defeito. não fui eu que o escrevi.

LUV U
rafaello