As luzes dançam coloridamente, por entre o fumo que espirala e sob a música imensa. É um encantamento, um rito imenso que o arrasta lá para baixo, para a pista de dança, arena onde o descontrolo é desenfreado. Corpos ilusórios e alegres, pessoas envolvidas na música e em conversas que mal conseguem ouvir.
Aquela rapariga dança como se estivesse sozinha. Desce as escadas desviando-se de dois homens abraçados e a falar ao ouvido um do outro. Que silêncio que transborda dela. Dirige-se ao bar junto à pista e pede mais um copo.
A música ergue-se, tremenda, como se fosse uma onda prestes a rebentar. Lúcifer sente um arrepio na barriga, uma chicotada que o atinge pela espinha acima, por dentro, que vem de dentro do abismo. É por causa destas coisas...
O mar turbulento da dança arrasta o seu corpo por entre os escolhos da noite, Lúcifer à deriva na música que começa a crescer, como um prenúncio de batalha.
Espiralar. Subir aos céus. Voar em teus braços luminosos. Vem-me buscar agora. Vem-me buscar. E ela dança por dentro, como é possível dançar tão por dentro?
As luzes que piscam cada vez mais depressa e a escuridão à volta deixam apenas espaço para a música e Lúcifer esquece-se de tudo. A rapariga desapareceu, talvez tenha caído para dentro de si. Onde está o meu copo? Desapareceu tudo. Tudo. A escuridão parece abater-se sobre si, saindo das paredes e dos corpos à sua volta. A escuridão sai de dentro de si próprio.
E a música explode, estala como lenha no fogo, implode e volta a explodir com estrépito. O corpo vibra interiormente. O tecto está cheio de estrelas e de luz. Vem-me buscar agora. Deixa que seja agora. No meio desta beleza toda. Deixa-me cair para dentro da música.
A parede que trava o corpo. A dor que o atinge na cara, de súbito. Os ânimos exaltados de um homem que grita e que o empurra. O chão que lhe suporta o corpo caído como uma pedra. Um pontapé no estômago. A rapariga? Para dentro de si... Caída para dentro de si... Lilith. Samael...
A espada que emerge das águas. A montanha que se ergue do mar com um estrondo ígneo. A serpente que se desenrola desde a cauda até à cabeça. Lúcifer acorda dentro do sonho e vê os demónios que o rodeiam, aguardando as suas ordens. Elementais, criaturas salmodiantes, sicofantas, acólitos da noite. O sangue... O sangue... Ela dançava sozinha, dançava perdida. Sabes o que é que estás a fazer agora?
Aquela rapariga dança como se estivesse sozinha. Desce as escadas desviando-se de dois homens abraçados e a falar ao ouvido um do outro. Que silêncio que transborda dela. Dirige-se ao bar junto à pista e pede mais um copo.
A música ergue-se, tremenda, como se fosse uma onda prestes a rebentar. Lúcifer sente um arrepio na barriga, uma chicotada que o atinge pela espinha acima, por dentro, que vem de dentro do abismo. É por causa destas coisas...
O mar turbulento da dança arrasta o seu corpo por entre os escolhos da noite, Lúcifer à deriva na música que começa a crescer, como um prenúncio de batalha.
Espiralar. Subir aos céus. Voar em teus braços luminosos. Vem-me buscar agora. Vem-me buscar. E ela dança por dentro, como é possível dançar tão por dentro?
As luzes que piscam cada vez mais depressa e a escuridão à volta deixam apenas espaço para a música e Lúcifer esquece-se de tudo. A rapariga desapareceu, talvez tenha caído para dentro de si. Onde está o meu copo? Desapareceu tudo. Tudo. A escuridão parece abater-se sobre si, saindo das paredes e dos corpos à sua volta. A escuridão sai de dentro de si próprio.
E a música explode, estala como lenha no fogo, implode e volta a explodir com estrépito. O corpo vibra interiormente. O tecto está cheio de estrelas e de luz. Vem-me buscar agora. Deixa que seja agora. No meio desta beleza toda. Deixa-me cair para dentro da música.
A parede que trava o corpo. A dor que o atinge na cara, de súbito. Os ânimos exaltados de um homem que grita e que o empurra. O chão que lhe suporta o corpo caído como uma pedra. Um pontapé no estômago. A rapariga? Para dentro de si... Caída para dentro de si... Lilith. Samael...
A espada que emerge das águas. A montanha que se ergue do mar com um estrondo ígneo. A serpente que se desenrola desde a cauda até à cabeça. Lúcifer acorda dentro do sonho e vê os demónios que o rodeiam, aguardando as suas ordens. Elementais, criaturas salmodiantes, sicofantas, acólitos da noite. O sangue... O sangue... Ela dançava sozinha, dançava perdida. Sabes o que é que estás a fazer agora?