Em sonhos as palavras escritas transformam-se se forem relidas. Quando vejo uma porta que diz "cozinha", volto a olhar e diz "jardim". Quando vejo atrás de mim uma montanha, volto a olhar e é um rio.
Habituei-me a voltar a olhar sempre, para perceber se estou a sonhar ou não. Habituei-me e, agora, o que acontece é ainda mais confuso. As palavras mantém-se, por vezes, as mesmas, mas quando as releio parecem-me diferentes... As paisagens duram umas vezes mais outras menos, mas, enquanto duram, vão-se transformando perante o meu olhar atónito. Caí para dentro do sonho.
Quando ando pela rua, de vez em quando dou saltos muito altos. Às vezes começo a voar, outras volto a cair no chão. Também isto não me parece servir para perceber se sonho ou não...
No outro dia tinha a certeza de estar acordado e, quando experimentei saltar não voei. Depois fui assistir ao enterro do meu eu futuro numa campa vazia e transformei-me numa espécie de caracol, porque tinha os joelhos magoados e andava com as minhas próprias tíbias nas mãos, tentanto voltar a encaixá-las no lugar.
Quando ando por aí, ando sempre à espera que as pessoas atravessem paredes, levantem voo, ou desatem a dançar em complicados bailados aquáticos... Mas agora já não me faz diferença. Já não me interessa distinguir. Descobri que não preciso de saber. Para mim é tudo sonho.
Habituei-me a voltar a olhar sempre, para perceber se estou a sonhar ou não. Habituei-me e, agora, o que acontece é ainda mais confuso. As palavras mantém-se, por vezes, as mesmas, mas quando as releio parecem-me diferentes... As paisagens duram umas vezes mais outras menos, mas, enquanto duram, vão-se transformando perante o meu olhar atónito. Caí para dentro do sonho.
Quando ando pela rua, de vez em quando dou saltos muito altos. Às vezes começo a voar, outras volto a cair no chão. Também isto não me parece servir para perceber se sonho ou não...
No outro dia tinha a certeza de estar acordado e, quando experimentei saltar não voei. Depois fui assistir ao enterro do meu eu futuro numa campa vazia e transformei-me numa espécie de caracol, porque tinha os joelhos magoados e andava com as minhas próprias tíbias nas mãos, tentanto voltar a encaixá-las no lugar.
Quando ando por aí, ando sempre à espera que as pessoas atravessem paredes, levantem voo, ou desatem a dançar em complicados bailados aquáticos... Mas agora já não me faz diferença. Já não me interessa distinguir. Descobri que não preciso de saber. Para mim é tudo sonho.
6 comentários:
Eh eh!
Ontem cheirei uma bola que parecia uma bolota ou uma castanha. Depois começaram a sair imensas larvas do meu nariz. :S
Sou mórbida... :D
Depois reparei que os cães ladravam em todas as aldeias menos numa e que os dióspiros nasciam de árvores mortas com cheiro a saudade.
muito lindo :)
mas, mesmo assim, acho que se pode distinguir a consciência ;)
existe um fio de ariadne ;)
Fio de Ariadne? Prefiro ficar perdida no labirinto da vida a andar sempre com a segurança à mão.
qual segurança?
Do fio de ariadne. Da ilusão da consciência.
a consciência não é uma ilusão.
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