Existe um estado de espírito que foi pensado como sendo o melhor para o ser humano. É o estado em que nem os contentamentos e os prazeres agradam demasiado, nem as tristezas e as carências magoam demasiado. Esse é o estado de ataraxia em que o espírito apaziguado nem se apega à felicidade, nem à dor, e vive em tranquilidade e felicidade (ou verdadeiro prazer Hêdonê).
O que acontece, acontece e atravessa cada um. Não permanece em infinitas ramificações interiores, como uma metástase emotiva que fosse deturpando o acontecimento inicial até o tornar disforme e irreconhecível.
Quando algo é demasiado bom, quando gostamos de algo com todo o nosso ser, deixamo-nos levar e, depois, a ausência, o fim, desse algo torna-se tristeza, melancolia, dor, sofrimento.
Quando algo é demasiado mau, deixamo-lo permanecer, revivemo-lo vezes sem conta interiormente, quase de forma masoquista... Queremos ouvir as coisas que mais vão fazer essa dor vir à superfície, procuramo-la como quem procura uma referência numa noite agitada no mar.
Quem vive em ataraxia vive sem sobressaltos e pode-se concentrar mais numa vida de contemplação, meditação ou reflexão filosófica. Quem se entrega de corpo e alma às paixões vive emoções indescritivelmente belas, arde em fogos de grandeza incomensurável, mas queima-se nesses fogos e fica preso a essas paixões. E depois, não se consegue resguardar do sofrimento e entrega-se, também de corpo e alma, a ele.
Se vale a pena? É uma pergunta sem sentido. Cada um tem a sua resposta própria. Eu vou alternando. Ora me entrego totalmente às paixões, ora mantenho um equilíbrio distanciado e me permito a reflexão meditativa. Acho que não era bem isso que o Epicuro tinha em mente...
O que acontece, acontece e atravessa cada um. Não permanece em infinitas ramificações interiores, como uma metástase emotiva que fosse deturpando o acontecimento inicial até o tornar disforme e irreconhecível.
Quando algo é demasiado bom, quando gostamos de algo com todo o nosso ser, deixamo-nos levar e, depois, a ausência, o fim, desse algo torna-se tristeza, melancolia, dor, sofrimento.
Quando algo é demasiado mau, deixamo-lo permanecer, revivemo-lo vezes sem conta interiormente, quase de forma masoquista... Queremos ouvir as coisas que mais vão fazer essa dor vir à superfície, procuramo-la como quem procura uma referência numa noite agitada no mar.
Quem vive em ataraxia vive sem sobressaltos e pode-se concentrar mais numa vida de contemplação, meditação ou reflexão filosófica. Quem se entrega de corpo e alma às paixões vive emoções indescritivelmente belas, arde em fogos de grandeza incomensurável, mas queima-se nesses fogos e fica preso a essas paixões. E depois, não se consegue resguardar do sofrimento e entrega-se, também de corpo e alma, a ele.
Se vale a pena? É uma pergunta sem sentido. Cada um tem a sua resposta própria. Eu vou alternando. Ora me entrego totalmente às paixões, ora mantenho um equilíbrio distanciado e me permito a reflexão meditativa. Acho que não era bem isso que o Epicuro tinha em mente...
6 comentários:
epicuro durante a semana
e dionisio sabado à noite
eheeh
hics
Se fosse uma questão de vontade...
E ao sábado somos todos hics... Vinho... mais vinho...
quando se te atravessa uma paixão eterna no caminho, as teorias, reflexões, meditações não tem qualquer sentido... sinto a embriaguês, vivo... depois a reflexão...
Acho que o final desse "algo" é o vazio, contudo, vale a pena correr o risco desse vazio. É sinal de que estamos vivos
Lembrei-me da história do homem que queria encher a gaveta de vazio.
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