terça-feira, janeiro 10, 2006

Canto de Mim Mesmo

Visitantes e inquisidores por toda a parte,
As pessoas que encontro, o efeito sobre mim da minha vida anterior ou da comarca e
da cidade em que vivo, ou da nação,
As últimas datas, descobertas, invenções, sociedades, autores, velhos e novos,
O meu jantar, roupa, relações, aparência, cumprimentos, dívidas,
A indiferença real ou imaginada de algum homem ou mulher que eu amo,
A doença de alguém da minha família ou a minha própria, ou as más-acções ou perdas
ou falta de dinheiro, ou depressões ou exaltações,
Batalhas, o horror da guerra fratricida, a febre das notícias duvidosas,
os acontecimentos tempestuosos;
Estas coisas vêm até mim dias e noites e vão-se embora de novo,
Mas elas não me são a Mim, eu próprio.

Afastado do turbilhão está o que eu sou,
Divertido, complacente, compassivo, ocioso, unitário,
Olha para baixo, está erecto, ou dobra um braço sobre um determinado descanso
impalpável,
Olhando com a cabeça descaída para um lado, curioso de ver o que se seguirá,
Tanto dentro como fora do jogo, e observando-o, reflectindo sobre ele.

Para trás, eu vejo nos meus próprios dias, onde eu me debati através do nevoeiro
com linguistas e opositores,
Que não faço troça nem discuto, testemunho e espero.


Walt Whitman

1 comentário:

Lu disse...

Gostei de te encontrar nestas palavras.... Anoeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee